quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Por um fio

Estava ouvindo uma música, e nela havia uma frase que dizia assim: "quem não tem aonde ir, descobre a graça de saber ficar". E, sabe de uma? Eu perdi a graça. É triste viver uma vida em que você só é feliz nos finais de semana ou no feriado. Eu, simplesmente perdi a graça de viver assim, somente por viver. É muito triste fazer de conta que se é feliz. Não há quem seja feliz em todos os momentos. Na maioria das vezes, é puro faz de conta. Ultimamente tenho passado a vida apenas querendo dormir e acordar numa outra vida. Diferente e melhor. O que era comum ficou raro. E vice versa. Não tenho nem mais ânimo para retirar os antigos sonhos da gaveta. Parece que ele mofaram. Tento ser melhor, porém ninguém reconhece. Desisto de mim mesma. Tento fazer escolhas melhores, mas acabo caindo no mesmo abismo. Cada escolha, uma renúncia. Cada decisão é um dilema. Um dia depois do outro. Um passo de cada vez. Até tento ser racional, mas não consigo. Não é da minha natureza. Sempre fui muito emocional, toda coração. E meu mundo sempre desaba quando algo em que boto a minha alma não dá certo. Sou teimosa. Insisto em coisas inexistentes. E perdi as contas de quantas vezes meu mundo já acabou. Sou assim mesmo, intensa. E agora eu to precisando de melhorias, de carinhos, de positividade. To precisando me dar uma folga. Dessa história, desses erros, dessa vida, de tudo. To com a mente exausta. E a alma também. A sensação é que daqui onde estou não dá pra voltar. E não dá mesmo. Muita coisa mudou. Eu não me ajudo. As circunstâncias não me ajudam. Você não me ajuda. Estou por um fio. A vida sempre promete um pouco mais, mas porque tanta demora? Estou exausta de esperar por esse novo pedaço de vida que nunca chega. Eu cansei.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Das coisas que eu tive

Eu tive um barco e um companheiro. No início da viagem meu companheiro tinha mais medo do que eu. Mas, mesmo com várias interrupções, prosseguimos a viagem. O primeiro a desistir foi ele, o meu companheiro. Ele abandonou o barco e tentou voltar para a margem nadando sozinho, a tentativa foi em vão. Encorajei ele a voltar e remar comigo, e então ele o fez. Voltou. Prosseguimos e viagem. Mas, então quem abandonou o barco fui eu. A margem já estava muito longe do alcance dos meus olhos. Mesmo assim me lancei ao mar, abandonei o barco e fiquei sujeita aos lugares ruins que a correnteza iria me levar. Hoje, se me perguntarem porque abandonei o barco e o meu companheiro, não vou saber explicar. O que dizem é que eu já estava longe demais para abandonar o barco, que era melhor seguir a viagem rumo a felicidade. E sabe que eu concordo? Ás vezes, eu até concordo com o que dizem.