domingo, 26 de fevereiro de 2012

Autodefesa

Estou em construção, desculpe a bagunça. Desculpa a falta de paciência, desculpa o mau jeito. Eu peço desculpa por sentir medo, porque não estou pronta. Desculpa qualquer coisa. Desculpa meu afastamento inesperado. Desculpa meu silêncio. Desculpa minha falta de interesse. Não me justifico. Não me entendo, meu bem. É complicado. É que eu sou louca por você e constantemente sinto sua falta. Mas, sou egoísta também. Quero conquistar o que ainda não tenho. Fazer com que se torne meu. E o que não é meu, eu prefiro assim, longe, pra não querer mais. Porque estou cansada de entregar tanta alma de bandeja pra gente que não sabe o que quer, ou não sabe querer. Cansada de medos, sentimentos e desejos que sempre me levaram do nada á lugar nenhum. Cansada de gente que não se importa. Cansada de gente covarde. Por isso, hoje, só quero o que é meu. O que me faz feliz. O que me completa. Não é opção, é autodefesa.

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Impasses da memória

" Desculpe-me o transtorno. É que eu tenho vivido em dois planos: o cotidiano e o real com as obrigações de cada dia. Com os laços que me prendem ás pessoas queridas (que amo também e diante das quais, sou uma). Com identidade visível, com passado, presente e futuro que me prendem á um caminho pausado, de responsabilidades conscientemente aceitas. E consequências transparentes. Desse mundo, você é afastado. E quando também se ausenta, sinto essa emoção enorme que chego ás vezes a negar. Sinto que esse é o mundo verdadeiro, real e que não devemos, não podemos. É preciso parar, recuar, fugir guardando a lembrança inimiga de um encantamento que poderia ter sido. Quando o seu sólido e tão perfeito mundo, inesperadamente irrompe e se instala desse modo em mim. Como agora, em que esta emoção vai me tomando. Então é nisso que, sobretudo acredito, nessa alegria que me perturba e me invade. É nesse tempo que, sobretudo acredito, um tempo feito á sua margem e construído aparentemente com fatos miúdos e minúsculos: uma mensagem hoje, um encontro rápido amanhã, uma esperança pra Deus sabe quando. Fatos tão pequenos, tão escassos, tão incertos - e que constituem, no entanto nossa história mal vivida. Sinto que mesmo desse pouco (quase nada) eu poderia desistir, se você quisesse. E você quis. "

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Nó aperta, laço enfeita.

Existe uma verdade que eu luto pra mudar, mas ainda é uma verdade. Um laço mal dado também pode se tornar um nó. É, ás vezes acontece. Sem motivos aparentes ou todos do mundo. Acontece sempre quando a gente quer que dure mais tempo do que realmente deveria durar. Queremos parar de tropeçar e de olhar pra trás. Mas, não é uma decisão fácil. Andando, em frente, balançando no seu próprio ritmo. Um passo, um passado, um sentimento, um tropeço. Desamarrou, embolou e deu nó. Existe aquele tipo de pessoas que não conseguem desfazer o próprio nó. E vivem, incansavelmente, procurando alguém que façam isso por elas. Enlouquecendo, bebendo, beijando, mentindo e esticando a corda até o limite. Consequentemente o nó aperta e fica mais forte. Dia após dia. E existem também aqueles tipos de nós que não podem ser simplesmente desfeitos. Pois, são eles que confortam nossa alma dentro do nosso próprio corpo. São eles que nos fazem aguentar firme as quedas da vida. Seja estando sempre lá, ou não. Para que finalmente percebamos que nossa corda é mais longa do que imaginávamos. Laços não apertam, não escravizam, não prendem, não sufocam. É simples assim: nó aperta, laço enfeita.