segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Tocando em frente

O começo sempre será dificil, conhecer o novo, sair da zona de conforto e de segurança. Ir além, ir ápós. Começar é uma tortura para chegar em algo que será extremamente ótimo ou não. Começar é dar o primeiro passo, não vacilar. Começar é abrir a janela de manhã, respirar bem fundo e saber que daqui meio minuto os abençõados problemas do dia irão surgir. Começar é saber que cebolas são disfarces para quem tem vergonha do choro, e que as piadas sem graça é a desculpa de quem a tem como um único motivo para o riso. é saber que amores virão depois das paixões, palavras certas sempre virão depois das erradas, a respota certa virá quando o ato errado foi cometido, televisões novas estragam e garantias são perda de tempo, o telefonema mais esperado irá chegar quando estamos tomando banho com o som na maior altura, as cartas não chegam, nem os e-mails, nem a esperança, as taças caras quebram como os copos de extrato de tomate, analfabetos ganham o país. Começar pode ser aos 15, aos 17, aos 30 anos. Começar pode ser ao som de Charlie Brown Jr. ou no apaixonar de Caetano Veloso. Debaixo de um coqueiro, debaixo de uma chuva. Começar em Salvador, pousar em São Paulo, recomeçar na França, dormir nos braços de Cristo e "passar uma tarde em Itapuã, ao sol que arde em Itapuã, ouvindo o mar de Itapuã..." . Começar é de repente perceber que já se está na metade do caminho. Começar é dar mais valor ao tempo que temos e descobrir como é uma tortura o tempo que não temos. Começar é dar possibilidade de que alguma coisa aconteça aqui ou em Amsterdã. O beijo é o começo do amor, o amor é o começo do plano, o plano é o começo do caos, o caos é o começo da familia, a familia é o começo dos herdeiros, os herdeiros são o começo do futuro, e o futuro já não é mais tão perto e nem tão para a gente. O futuro, aparentemente é o fim que nos espera, espera pra começar.

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